quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

[Contos e Histórias] Odes esquecidas.

Sobre Zé três foices.

Odes esquecidas.

Galope ensandecido, seguia a trilha pelos coqueirais e elevações e descidas.
A chuva persistiu por um tempo, depois fora levada pelos ventos a distancias desconhecidas das terras bárbaras do novo mundo. A lua surgia embevecida de seu sono úmido, embaçada lançava a noturna luz das trevas. A mensagem devia ser entregue, era crucial para as informações, quem sabe uma promoção entusiástica ou que destino cruel continha. Como de costume eu era a mensagem, o papel escrito era o tradicional embuste. Nada restava a não ser seguir. As aves enjauladas sacudiam comigo ao lombo do cavalo. Os coqueirais ondulavam a força do vento fazendo o chiado puxado assustador. Seguíamos a toda velocidade, quem estivesse nas redondezas ouviria o galope a distancia. Emboscadas era o mínimo que acontecia, bem que eu sei. Faltava pouco, quando os chiados infernais surgiram, as aves se debatiam nas gaiolas de vime ou sei lá o que era.
O cavalo desviou o caminho e deu voltas longas, suava. Então!
"Estás atrasado! Oh menino de recados! Mula besta e mulambenta, passas logo que quero e tua morte será rápida. Ou podes escolher o que eu sempre prefiro! A caçada!".
Concentrei minhas forças saquei a pistola a um movimento e deslizei o punhal a posição da sela. Retorquí então: "Quem zomba assim espera no mínimo uma morte honrada. apresente-se e lhe honrarei com os devidos respeito que merece!".
Pula dos coqueiros a criatura. O estrondo forte faz o cavalo relinchar. Ao qual humildemente desço. A criatura se limpa quer se tornar ironicamente respeitável. "Passa! Poupa meu tempo mínimo!" diz com tom de irritação crescente. Tempo necessário para lhe dar o tiro.
Este vergonhosamente não finda com a criatura, que saca agilmente duas foices e faz o barulho com o rodopio das armas.
Dous ou três passos para trás. Mostro-lhe ameaçadoramente o punhal. Ao qual a criatura ri. Avança sem preocupação, ao qual golpeio, ele se esquiva e ri maravilhado porem sua reação a seguir não me foi proveitosa. Cada arma dava seu golpe, o corte cobriu a face da criatura com sangue, ouvi então antes da queda os ossos sendo trinchados como o do abrir um leitão no abate com um cutelo.
Minha historia ali tinha se exaurido.
Abaixou-se então a criatura, calmamente pegou o punhal que portava ao qual guardou com muito gosto. Disse então "Vosmecê que quis assim. Zé três foices lhe foi gentil. Encontre com o Criador!", pegou logo após o bornal que continha a mensagem. Socou o cavalo que logo tombou.
Nada mais nós restou. Se não fosse um pequeno incidente que mudaria minha condição...

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