quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

[Contos e Histórias] Invasão ou rendição?

Memorial de Natanael Portis Negrão.
Documentos recuperados por IHVOC

Invasão ou rendição? (Incidentes de 1702 ad).

Um incidente chamou a minha a atenção na idos do ano de 1702 do calendário católico, há de se fazer ressalvas, seguia pelos meus afazeres e a correção ao meu ver dos incidentes das fronteiras, a seca embora preocupa-se os humanos me deixou com pé atrás, desse modo estava verificando alguns incidentes recentes num dos engenhos, não que consta-se das investigações dos bons Senhores daqueles tempos, não me refiro aos "bom-dentuços".
Minhas alertas vieram contar-me a convergência, não poderia dizer que as reservas sobre a dita lei do conselho estava funcionando, ou se era um plano malicioso de Ataban o Seguidor da Santa (Santa mesmo, não Satã, pelo que eu investiguei), pelo que me constava estava el-lo em Itabaiana a espionar...
Então a convergência, devia apresentar-se o candidato a cidade dita "Neutra" de São Cristóvão, então lancei-me mais batedores... Os "moleques lá" vinha constrangidos com ditos estranhos, todavia prossegui com os afazeres...
Segui o leito do pobre Cotinguiba, deveras a seca tinha feito grandes reveses. Cheguei em Breve na cidade de São Cristóvão e armei as defesas, fiz o que mais sobrava o caso esperei.
Veio as noticias então, chegaram os três vindos da direção da Serra de Itabaiana, um outro ficou em Estância, esse mereceria uma atenção reduzida e postergada devida a situação, isto é, depois eu resolveria se necessário.
Como as noticias demorariam a chegar em outras "villas", como a Nova e a de Lagarto, entretive-me com a situação. Um dos recém-chegados em vestes vermelhas, muito forte , dito Padre e sem camisa, vejam só a perfídia vindo destes. Erasmo de Roterdam, só lamento suas origens, me foi muito persuasivo suas mensagens repassavam em minha mente com o informe. Antes que se confunda, não, não era Erasmo de Roterdam que tinha vindo... Este dito padre, se apossou de um aposento numa das taverna conhecida. Os outros dous lhe seguiam, estes eram mais "vividos", mandou sabiamente um batedor a frente, e o caçador logo atrás mas de olho. Sorte minha e experiência na guerra, me mostrou a situação em sua totalidade. Esperei. Apresentei-me a um por vez. Tentei contornar os perigos. Convidei-os a irem a minhas propriedades. Como de praxi na época, considerei que viajar em grupo seria melhor, em logo um quarto e estranho, dito Francês, se juntou a comitiva. Irritei-me. Disse-lhos que devíamos ir rápido ao Cotinguiba, que prestassem logo a Rendição. Ficaram furiosos, pareciam não conhecer o próprio vernáculo, queriam acaso que usasse eu "juras".
Adverti-lhes várias vezes sobre os perigos de ficar no meio do caminho discutindo, estavam quase entrando em duelos com eles mesmo, tive que considerar a situação.
Propus, interrompendo-os, sem "interesse algum", que Fôssemos logo ao Cotinguiba ou voltássemos a São Cristóvão. Essa situação pró-emboscada se esvaia , livrei minha pele de decisões atrozes. Voltávamos a taverna, qualquer uma contanto que estivesse aberta.
As suspeitas deles recaíram sobre meus linguarejares, fazer mais não poderia, considerei apenas. Chamei os aliados noturnos, com muita sorte muitos vieram, pedi-lhes que aguardassem.
Querendo ou não fizeram os ditos livres senhores suas rendições, em termos mais medíocres e feudais que puderia eu esperar naquela terra, de fato rejeitei a formalidade mais clássica.
O Padre se apresento primeiro, se apresentou como nobre e poderoso senhor de inquisição, todos o eram na época pelo me consta as orelhas. Não quis dizer nome, linhagens e tal, contudo corretamente, o que lhe salvou de um interrogatório, apresentou a recusa de envolvimento que sua ordem lhe impunha. Concedentemente entendi a desfeita. Outras coisas preocupavam-me.
O dito Francês, empreendeu um desafio, estaria esperando do lado de fora, como se não tivesse entendido consenti com o agente.
Uma embosca, nas minhas condições. O Índio se apresentou, só queria representar seu povo, sua juventude era latente, concordei com seus requerimentos. Seu companheiro Holandês se apresentou, rosnou como se quisesse impressionar, avisou-me em ordem sobre o território dele. Demovi suas asneiras com perguntas simples, não queríamos ter um problema de ter invasores não é. Atordoado concordara, saía como se tivesse "imperado" segundo ele mesmo.
Minha arrogância naquela noite ainda estava para acontecer, todos já tinha ido, menos o "Creole", se fosse outra a minha natureza teria me preocupado mais.
"Vamos ver do que tu é feito!" disse em tom de gracejo.
"Vejam só!" respondi.
Ao qual um tiro me respondia. As velhas artes me serviam, arranhado fiquei, contudo meu golpe fora certeiro, meu não digo-te a verdade , de meus pequenos amigos que o cobriram como um exame. Acabará o meu desafio, a carcaça consciente olhava-me. Afinal Tinha eu uma decisão a tomar ainda naquela noite.

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