quarta-feira, 26 de novembro de 2008

[História] Grande Percalço: A guerra e destruição de 1637.

O Grande percalço: A Guerra.

Por “Guia de IHVOC”
Assim começa o 'Grande relato da Guerra em Ciriji', eis que pois muitos são os pais dessas histórias. Tentamos de forma condizente explicar-lhe a historia de forma mais próxima da verdade.
No Grande e ensurdecedor nascente século 17 com a 'expansão' dos domínios e vampiros esquecidos e outros bem presentes diziam suas 'felizes' filiações e alinhamentos a um dos três domínios no Grande Ciriji. Os mais afoitos iam para longe e para esquecimentos mil, pouco se tem ou nada se sabe desses primeiros 'exploradores'. É dito que Sir Gaspar de Lorençu, com 'u' mesmo, fora o primeiro vampiro a ter no Canidé. Provas não há, não se sabe também nada desse membro.
Sabe-se, contudo, que as expansões das 'feitorias' e 'curralejos', bem como o inicio dos 'sesmeiros' levou aos dois domínios do centro de ciriji, 'norte e a sul do rio' a entrarem em atrito. Tão logo as ditas famílias de sesmeiros influenciáveis eram escassas, logo a luta por esses pobres fantoches fora acirrada ao longo do rio cotinguiba e ao longo do rio que corre ao lado de São Cristovão, perigos ainda havia muitos, índios bravios e hostis ainda amargavam seus ódios pelos “bondosos colonizadores”. Recursos poucos e avidez muita levaram ao conflito que foi se alargando.
Nesse período um explorador humano chamou atenção dos 'poderosos' dessas terras, fossem eles autoridades humanas ou vampíricas. O explorador Belchior Dias e sua expedição em 1619 ad, diz ou se soube por um de seus expedicionários incontidos (Talvez esse pequeno acréscimo ao drama de Belchior seja por causa da família) que havia ouro no Tabaiana (Itabaiana) ou outro lugar desses sertões desconhecidos que vasculhou. Tamanho drama e euforia causaram que o Governador das Colônias o mandou prender, em San Salvador na Bahia ele foi encarcerado. Essa noticia desse “pequeno Eldorado” dos Ciriji, levou criaturas gananciosas da família a correr riscos incompreensíveis tanto hoje como naqueles tempos. Sabe-se contudo que os 'Domínios do Cotinguiba' e a 'Sacra Sé da Fé Verdadeira' puderam com isso criar suas expedições, modesta frente a uma expedição pequena humana, mas em termos de membros da época duas enormes expedições concorrentes foram criadas. Deu-se com isso o inicio da guerra, a guerra do caminho prateado nas proximidades da futura Itabaiana. Não se sabe ao certo que venceu ou qual o numero de vitimas ou a verdade. Pois os registros dessa guerra se perderam na guerra Holandesa que viria, como também os poucos fragmentos fora pilhados novamente nos idos de 1836, se o que sobrou dessas pesquisas estiverem certas sobre esses danos histórico. Os embates entre esses domínios são de concordância comum, não se sabe o grau e natureza dos conflitos todavia. Provavelmente usando mão-de-obra escrava, índios cativos ou simpáticos as causas bizarras e de mercenários inescrupulosos, bastantes comuns na época. Escaramuças, atos traiçoeiros e sangrentos. Fizera as criaturas perversas se refestelar.
O clã Nosferatu registra a perda de Thairu leão d'Africa por esse período. Todavia se essa informação estiver correta, os Lancea Sanctum ficaram com margem de vantagem.
Então aos poucos, o gado o humano se expandia, as novíssimas artimanhas tecnológicas dos engenhos e suas plantações e seus cativos se expandiam, e os vampiros pareciam satisfeito a ponto de promover suas próprias guerras. O pobre Belchior Morreu em cárcere em 1622.
Os vampiros de Ciriji já tinham a muito esquecidos dele quando em 1637 ad aconteceu o pior e impensável, nem tanto todavia, mas que os vampiros estavam desatentos estavam. Os humanos holandeses invadiam o Ciriji. Destruíram Pau-Piau no caminho de suas conquistas. Saquearam todo o Cotinguiba, causando pânico e fugas e grandes colunas de fumo subiram aos céus. “As grandes colunas de fogo cinza e laranja subiam aos céus azuis escuro da noite perpetua”. Seguiram até a sede do governo português. Lá queimaram São Cristovão até as bases.
Dizem os registros que Dom Antônio do Lancea Sanctum pereceu num desses incêndios. Os relatos ficam mais confusos quando dizem que ele foi extinto na guerra de 1836, e sim que ele ficou com muitos ferimentos terríveis que o levaram ao torpor nesse evento de 1637. Não se sabe a verdade. Ou pelo menos não se quer que se saiba. Claro a teorias conspiratórias até a respeito disso. Mas sabes como os Lancea Sanctum são hostis quanto a isso. Os relatos desse período de incêndios e horror real tanto para membros quanto aos humanos são escassos e muitas vezes re-escritos descaradamente nos anos de 1700 numa versão que agradasse os vampiros. A verdade só mancharia suas honras e bem polidas e belas histórias e fabulas.
Contudo registra-se nesse período de guerra o aproveitamento, condizente e restrito todavia, dessa situação. Os Lancae Sanctum apesar da vantagem inicial na “guerra do caminho dourado das Tabaianas”, sofrem gravemente com os revés da guerra holandesa, já que seu quadro de essência católica fora avidamente caçada pelos protestantes holandeses e seus diversos auxiliares. Com isso tiveram esses membros recuar com os colonos portugueses no que pudessem. Eis ai o forte indicio da destruição de Dom Antônio (mas como acima mencionado, pode ter sido torpor). Os Invictus, pelo menos em nome, tiveram assim chance de iniciar uma expansão, cautelosa. Porém tiveram que lidar com algo inesperado para eles, membros holandeses. Muito dizem que daí surgira o termo Conde para o líder do Cotinguiba, em tom de ironia a esses vampiros holandeses da “republica holandesa”. Todavia confirma-se só a enfase no uso desse título, não a sua origem.
Sabe-se com isso que os Invictus tiveram contato e atrito com esses membros incursores de outras terras e ideias. Os Lancea Sanctum fugiam como podiam e reconstruíam suas forças frente os humanos nos sertões que se fazia limite a area sob a ocupação holandesa. Dez anos complicados e de baixas tanto para os humanos tanto para os membros por estás terras. Sabe-se contudo que em territórios nos sertões sem leis novos membros também sem leis começavam a se instalar despercebidos pelo grande clamor que permeava. Com o fim da ocupação do território de São Cristovão em 1645, todavia não o fim da guerra, voltavam os membros do Lancae Sanctum assim que os portugueses se recuperavam da cidade. Acervos e registros importantes foram perdidos.
Uma grande carestia se abatia sobre os membros nesse período de caos, ainda mais que durante o período da guerra, já que os territórios 'libertos' não tinham grandes contingentes humanos e havia muita destruição. Membros partiram, outros pereceram, outros ainda entraram em torpor de forma gravosa e de inanição. Persistiu a fome entre os membros nesse período pós grande guerra de 1646 a 1659, quando os contingentes humanos começavam a recuperar-se vigorosamente. Houvem assim um recomeço que não passou despercebido para os membros.
Tem-se assim a reconstrução para os membros de sua sociedade, se é que se pode chamar assim, alguns membros são dessa época.
Os Lancae Sactum com José Quirino começa a reconstrução do acervo e inicia contato com Nathanael, este o repudia prontamente, perdendo-se a chance de paz naquele século entre as Coalizões, o que se mostraria uma oportunidade perdida já que ambas estavam fracas.
Os membros contabilizavam assim suas perdas, havia-se perdido Pau-piau, os engenhos do cotinguiba estavam destruídos, São Cristovão erguia-se dos escombros, as comunicações formas de negócios foram todas perdidas. Nem os gados haviam sido poupados pelos exércitos, é obvio exceto para os membros.
Os sertões mais distantes escreviam para si historia própria com a chegada dos refugiados e novo aporte de sesmeiros (grileiros ávidos), a oportunidade era lá naquele momento de carestia, contudo como uma terra sem leis e eivada de perigos desconhecidos, só podemos considerar que riscos mediam que podiam pagar. Suspeita-se que o “Enviado de Dom Sebastião” tenha iniciado seu pequeno reino por dessa época. Crê-se que Dom Dias ainda era humano, mas isso permanece em especulação muito grande. Talvez quem saiba sobre isso seja o “Atarracado”, servidor perpetuo da perfídia.
Tão logo no “Sergipe Del Rey”, se fazia guerra novamente, dessa vez os humanos portugueses e seus muitos colonos já 'brazis' a algum tempo, faziam guerra aos mocambos dos negros em 1667. Sangue derramado avidamente que se fez registrar 'a Grande fome da Anciã' na historia oral do Circulo da Anciã. Tamanho massacre que lembrou já velhos tempos de 1589. Novos massacres enchiam as terras de Ciriji novamente de sangue, mas essa era diferente da Guerra com Holanda, os membros já estavam preparados e alguns afeitos a esses hábitos portugueses de massacres. A fome fora saciada fartamente e luxuriosamente nesse período pós-guerra, de forma tal que iria formar uma geração perturbada e revoltada que faria frente a uma geração sem-consciência e afeita a luxos perversos que uma era de escravidão e excessos imorais e desumanos pode criar. Um território sem leis que estava cultivando seu próprio e macabro fim. Uma nova era haveria de surgir.

domingo, 16 de novembro de 2008

[Regras e História] A Constituição do Concelho do Cotinguiba

Codificação das leis vampirícas (incluído as tradições essenciais):
A Constituição do Concelho do Cotinguiba
Por força e atos do Concelho do Cotinguiba, Vossa Excelência o Conde du Coligny Natanael Portis Negrão, faz conhecer das leis do Cotinguiba. Perfazendo esse Utrumque Ius no bem e paz nesse Utilitas publica.

[Explicações: "Concelho" uma forma arcaica para se referir a Conselho, do latim concilium. Em Portugal seu uso permanece (do dicionário): “Circunscrição administrativa de categoria imediatamente ao distrito; município”.
Utrumque ius: Direito comum (o equivalente de commom law dos ingleses em nossa matriz lingüística, o latim)
Utilitas publica: bem comum sua definição, utilidade publica, mas aqui encerra a força da lei para o bem comum.
O resto da constituição se fará por “livros”, nosso equivalente do Digesto de Justiniano]
Livro das Tradições
1. Não revelar a verdadeira natureza a quem não é do sangue.
Agir contrariamente será uma violação ao direito de todos os membros, considerado assim Desídia por Vossa Excelência o Conde e Vossas Senhorias o Concelho.
2. A responsabilidade intrínseca da criação de um novo membro passará pelo Concelho.
Agir contrariamente será uma violação ao direito de todos os membros, considerado assim Desídia por Vossa Excelência o Conde e Vossas Senhorias o Concelho.
3. A proibição aos atos diabólicos, no que se insere o Amaranth.
Agir contrariamente será uma violação ao direito de todos os membros, considerado assim Desídia por Vossa Excelência o Conde e Vossas Senhorias o Concelho.
[As tradições básicas do réquiem]
Livro das Definições
4. Vossa Excelência o Conde observará a Constituição do Domínio e o Digesta.
5. Farão parte do Concelho:
a) Vossas Senhorias os Conselheiros.
b) Vossa Senhoria o Visconde. Por força de suas atividades.
c) Vossa Senhoria o Chanceler. Pela representação do Concelho e do Conde.
5.1. Vossas Senhorias O Concelho julgará o que assim lhe for determinado.
6. Vossa Senhoria o Visconde determinará a ordem de pautas e audiências que serão entregues a Vossa Excelência o Conde.
7. Vossa Senhoria o Chanceler:
a) Receberá os ingressos no domínio.
b) Servirá ao Concelho e ao Conde em tarefas designadas.

[Como é difícil a separação de poderes no requiem (por questões de costumes e praticas da realidade em relação a natureza do jogo, essa idéia é nova, e para alguns: “radical”- quem diria, mas é).
O Visconde equivale ao Senescal. O Chanceler equivale ao Arauto (outros nomes incluem secretário, ministro). O Concelho nada mais é que os primogênitos, não confundir com os pricis e priscus. Os demais cargos são devidos as necessidades, embora, creio, que Mestre de Elysium seja um cargo que aparecerá dentre logo. Como Também o 'Nosso' Capitão do Mato (xerife/algoz/etc).]
Livro dos delitos e das penas- Crimes de Guerra.
O seguinte livro estabelece os delitos e penas no domínio. Valem estas leis se outras não dispuserem em contrário ou em especial.

8 – Crimes de Guerra (Bellus Delictum).
São crimes de Guerra aqueles quando o Domínio estiver em situação de Guerra declarada, ou em proteção/incursão de defesa em fronteiras e ou em Guerras contra os ditos Lobisomens.

§1º Traição/Desídia
Pena: Morte/Caçada de Sangue.

§2º Favorecer Inimigos
Pena: Morte/Caçada de Sangue.

§3º Tentativas contra Soberania do Domínio.
Pena: Morte/Caçada de Sangue.

§4º Coação de Comandante.
Pena: Morte/Caçada de Sangue.

§5º Informação ou auxilio a Inimigo.
Pena: Morte/Caçada de Sangue.

§6º Aliciar nacionais do Domínio.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§7º Covardia que exponha em perigo a unidade.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§8º Espionagem/Subversão.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§9º Penetração de Forasteiro no Domínio.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§10º Motim/Revolta
Pena: Morte/Caçada de Sangue
Livro dos delitos e das penas- Crimes de Paz.
9 – Crimes em períodos de Paz (Pax Delictum).
São os crimes praticados contra o Domínio e seus Cidadãos.

§1º Insubordinação
Pena: Estacamento/Desmebramento

§2º Hostilidade contra “Estado” estrangeiro, não hostil.
Pena: Estacamento/Desmebramento

§3º Motim (Rebeldia)
Pena: Desmebramento

§4º Revolta (Rebeldia Armada)
Pena: Estacamento/Desmembramento

§5º Tentativas contra a soberania do Domínio.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§6º Genocídio
Matar membros de um grupo, com o fim de destruição total ou parcial.
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§7º Traição
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§8º Homicídio
Pena: Desmebramento/Morte/Caçada de Sangue

§9º Amarath
Pena: Morte/Caçada de Sangue

§10º Lesão Corporal
Pena: Açoite/Estacamento

§11º Constrangimento Ilegal
Pena: Açoite

§12º Duelo Ilegal
Pena: Açoite

§13º Seqüestro/Cárcere Privado
Pena: Açoite/Desmembramento

§14º Crimes Sexuais
Pena: Estacamento/Desmebramento

§15º Desídia/Subverção
Pena: A Mercê do Conde e do Concelho.

Livro do Digesto (Selecionados)
Digesta
D.1.3.1. Papinianus libro primo definitionum
Lex est commune praeceptum, virorum prudentium consultum, delictorum quae sponte vel ignorantia contrahuntur coercitio, communis rei publicae sponsio.
[Digesto
D.1.3.1.
A lei é um preceito comum, o ditame dos homens prudentes, a repreensão dos delitos que se cometem voluntariamente ou por ignorância, o compromisso comum de toda a res publica.]

D.1.3.2. Marcianus libro primo institutionum
Nam et Demosthenes orator sic definit: Haec lex est, cui omnes homines convenit obtemperare cum propter alia pleraque tum maxime, quod omnis lex inventum est et donum dei, placitum vero sapientium hominum coercitioque peccatorum tam voluntariorum quam non voluntariorum, civitatis autem pactum commune, secundum quod convenit vivere quicunque in ea sunt.
Sed et philosophus summae stoicae sapientiae Chrysippus sic incipit libro, quem fecit: Lex est omnium regina rerum divinarum humanarumque, opertet autem praeesse eam tam bonis quam malis, et ducem et magistrum esse animalium quae natura civilia esse voluit, indeque normam esse iusti et iniusti, quae iubeat fieri facienda, vetet fieri non facienda.
[D.1.3.2.
Pois também o orador Demóstenes assim definiu: “lei é aquilo que convém a todos os homens obedecer, se por causa de várias outras coisas, então principalmente porque toda lei é uma descoberta e um dom de Deus, o pensamento dos homens sábios e a repreensão das faltas tanto das voluntárias quanto das não voluntárias; um pacto, pois, comum da polis, conforme o que convém a todos que nela vivam”. Mas também um filósofo de grande sabedoria estóica, Crisipo, assim começa no livro que fez “sobre as normas”: “a lei é rainha de todas as cosas divinas e humanas. É preciso, pois, que seja superior tanto aos bons quanto aos maus e que seja condutora e mestra dos animais que a natureza quis que convivessem civilmente, daí então que seja a norma do justo e do injusto, que obriga serem feitas as coisas que devem ser feitas, que proíba as que não devem ser feitas”.]

D.1.3.7. Modestinus libro I regularum
Legis virtus haec est imperare vetare permittere punire.
[D.1.3.7.
O mérito da lei é este: mandar, proibir, permitir e punir.]

D.1.3.9. Ulpianus libro XVI ad edictum
Non ambigitur senatum ius facere posse.
[D.1.3.9.
Não há dúvida que o senado pode criar direito.]

D.1.3.17. Celsus libro XXVI digestorum
Scire leges non hoc est verba earum tenere, sed vim ac postetatem.
[D.1.3.17.
Conhecer as leis não é reter as palavras delas, mas a sua força e majestade.]

D.1.3.26. Paulus libro IIII quaestionum
Non est novum, ut priores leges ad posteriores trahantur.
[D.1.3.26.
Não é novidade que as leis anteriores sejam aproveitadas pelas posteriores.]

D.1.3.29. Paulus libro singulari ad legem Cinciam
Contra legem facit, qui id facit quod lex prohibet, in fraudem vero, qui salvis verbis legis sententiam eius circumvenit.
[D.1.3.29.
Age contra legem quem faz o que a lei proíbe, mas age em fraude à lei quem, respeitadas as palavras da lei, perverte o seu sentido.]

D.1.3.31. Ulpianus libro XIII ad legem Iuliam et Papiam
Princeps legibus solutus est: Augusta autem licet legibus solute non est, principes tamen eadem illi privilegia tribuunt, quae ipsi habent.
[D.1.3.31.
O príncipe não está sujeito às leis. Sua esposa, apesar de Augusta, não está livre das leis. Todavia, os príncipes atribuem a ela os mesmos privilégios que eles próprios possuem.]

D.1.4.1pr. Ulpianus libro I institutionum
Quod principi placuit, legis habet vigorem: utpote cum lege regia, quae de imperio eius lata est, populus ei et in eum omne suum imperium et potestatem conferat.
[D.1.4.1pr.
O que agrada ao príncipe tem força de lei. Visto que o povo, por lei régia que foi durante o imperium dele promulgada, conferira a ele todo o seu imperium e sua potestas.]

D.1.4.1.2.
Plane ex his quaedam sunt personales nec ad exemplum trahuntur: nam quae princeps alicui ob merita indulsit vel si quam poenam irrogavit vel si cui sine exemplo subvenit, personam non egreditur.
[D.1.4.1.2.
Evidente que algumas delas são pessoais e não se prestam a exemplo: pois não vai além da pessoa o que o príncipe concedeu por méritos, ou se impôs como pena, ou se assistiu alguém determinado.]

D.1.4.4. Modestinus libro secundo excusationum.
Posteriores leges plus valent quam quae ante eas fuerunt.
[D.1.4.4.
As leis posteriores valem mais do que as que existiram antes delas.]

D.1.5.1. Gaius libro primo institutionum
Omne ius quo utimur vel ad personas pertinet vel ad res vel ad actiones.
[D.1.5.1.
Todo direito que usamos ou se refere às pessoas, ou às coisas, ou às ações.]

D.1.5.4pr. Florentinus libro nono institutionum
Libertas est naturalis facultas eius quod cuique facere libet, nisi si quid vi aut iure prohibetur.
[D.1.5.4pr.
A liberdade é a faculdade natural de fazer o que cada um apraz, a não ser que isto seja proibido pela força ou pelo direito.]

D.1.5.7. Paulus libro singulari de portionibus, quae liberis damnatorum conceduntur
Qui in útero est, perinde ac si in rebus humanis esset custoditur, quotiens de commodis ipsius partus quaeritur: quamquam alii antequam nascatur nequaquam prosit.
[D.1.5.7.
Quem está no útero é protegido igualmente, como se estivesse in rebus humanis, todas as vezes que se pergunta das vantagens do próprio parto: embora de modo algum favoreça a outro antes de nascer.]

D.1.8.2pr. Marcianus libro tertio institutionum
Quaedam naturali iure communia sunt omnium, quaedam universitatis, quaedam nullius, pleraque singulorum, quae variis ex causis cuique adquiruntur.
[D.1.8.2pr.
Algumas coisas são por direito natural comuns de todos, outras da coletividade, outras de ninguém, e a maior patê delas dos indivíduos, as quais são adquiridas a cada um por várias causas.]

D.1.8.3. Florentinus institutionum libro sexto
Item lapilli, gemmae ceteraque, quae in litore invenimus, iure naturali nostra statim fiunt.
[D.1.8.3.
Igualmente se tornam imediatamente nossas por direito natural as pedras preciosas e as demais gemas que encontramos no litoral.]

D.1.9.2. Marcellus libro tertio digestorum
Cassius longinus non putat ei permittendum, qui propter turpitudinem senatu motus nec restitutus est, iudicare vel testimonium dicere, quia lex Iulia repetundarum hoc fieri vetat.
[D.1.9.2.
Cássio Longino reputa que não se deva permitir judiciar ou dar testemunho a quem foi removido (e não restituído) do senado por torpeza, porque a lex Iulia repetundarum (lei Júlia da concussões) veta que isso se faça.]

D.1.16.1. Ulpianus libro primo disputationum
Proconsul ubique quidem proconsularia insignia habet statim atque Urbem egressus est: potestatem autem non exercet nisi in ea província sola, quae ei decreta est.
[D.1.16.1.
O procônsul, tão logo saia da urbe, certamente mantém as insígnias proconsulares por toda a parte. Mas não exerce a potestas senão naquela única província que lhe foi atribuída por decreto.]

Assim finaliza o livro do digesto.
[Essas seleções do digesto de justiniano para o Domínio]

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

[História] Os Domínios e os Concelhos.

Os Domínios e os Concelhos.

Obs.: Sim, concelhos com 'C'. Eis que, pois era o equivalente a município ou distrito municipal para nossa atualidade. Ressalva severa ao equivalente. Parece que se usa ainda em Portugal.

Intonces:

Os mais velhos de cada clã contam, cada qual as suas verdades sobre a historia, e se procurares mais há mais histórias e verdades. De senso quase comum, que dois foram os domínios formalizados no sentido 'moderno' da palavra, crêe-se que na década de 1590 a.d., a década do grande massacre. Afinal a primeira grande guerra humana fora em 1540 a.d., no sentido de nações européias. Todavia a discrepância de informações é gritante, proponho que se leia que a guerra (em termos de atividades) tenha se formalizado em 1540 e seguido ao Grande Massacre de 1589.
O dominio do Cotinguiba fora formalizado por Natanael Portis Negrão do Clã Ventrue, o que alegava ser Conde do (ou de) Coligny. Ao "norte do Rio". E o domínio de 'Del Fenix', o domínio de São Cristovão, ou ainda mesmo de San Cristobam, ao "sul do Rio", este formalizado (alega-se, principalmente por parte do LS Catholics) por um membro do clã Gangrel, chamado Dom Antônio, mártir dos LS Catholic.
O domínio do Cotinguiba, segundo as pesquisas e o que é dito, se formalizou com a chegada de Thairu, O Negro, Leão d'Africa do Clã Nosferatu, ao 'domínio do cotinguiba' a época, a feitoria Natanael. Dito que, varias noites passaram antes que Thairu fizesse contato com Natanael, talvez para deixar familiarizar a presença ou ver os atos do outro. Difícil porém deve ter sido a comunicação de um com outro, afinal um falava o arcaico português sofrivelmente com seu sotaque francês de Bretanha (Natanael. Bretanha na França.) e o outro com seu dialeto africano esquecido pelo andar das eras, com sua compreensão já cheia de ódio pelo linguajares dos brancos que em sua vida humana o escravizaram.
A origem de Thairu o fazia odiar brancos e pálidos em geral. Seja como deve ter sido, ou ainda o propósito de cada parte, os dois clãs na atualidade concordam que o encontro se deu pacificamente, talvez pelas ameaças em comum ou mesmo pelo o esforço frente às mesmas dificuldades. Se não tivesse sido dessa forma, o clã derrotado teria seu reinicio de historia em algum outro ponto, mas são teorias.
A guerra humana que persistia entre franceses e portugueses, crêe-se, levou a um contato hostil entre o "domínio do Cotinguiba" com a "Verdadeira Fé do Domínio de São Cristovão". Intolerância tal que levaria a uma futura guerra ao bom estilo da Família, a longo prazo.
O clã Ventrue registra a falta da boa educação do clã Gangrel. Os Gangrel registram um incidente contra incursores piratas e só. Os Nosferatu apóiam a tese Ventrue no que cabe frente a motivação da guerra vindoura.
Bem ao norte contudo acontecia outro advento, nesse período turbulento para o centro-sul da capitania, alguém, um membro, se instalou numa feitoria francesa, posteriormente portuguesa, no longo rio São Francisco. Os relatos são escassos e seus ecos também.
Contudo é dito que no Pau-Piau se estabeleceu o dito membro, um ou mais, e este membro de nome "João Manuel", ou talvez tenha sido dois, do clã Daeva.
A comunicação desse novo "Domínio" do Rio São Francisco com o domínio do Cotinguiba fora pacifica, pois assim que um tomou o conhecimento do outro passaram a ignorar. Já que seus assuntos locais eram de mais profunda importância. Novamente o clã Nosferatu alega que um membro de seu clã foi o primeiro a ter por lá. Há uma historia fascinante apoiando essa tese acerca do membro Nosferatu, pois ele foi tido como desaparecido em contato com a tribo Orumarus. Possivelmente destruído pelos pajés e Xamãs daquela tribo.
O domínio do São Cristovão não registrou contato com 'tal' domínio do Norte. Assim são os registros e como dizem os LS catholics. Contam assim também os mais velhos entre os Gangrel. Talvez seja verdade, já que as atenções do Domínio de São Cristovão estavam viradas para os ocasionais incendiários franceses, piratas e mandriões de toda sorte que fustigava os portugueses durante esse período histórico especifico.
A Guerra empreendida dos Europeus contra os indígenas dos rivais continuavam, tanto que levaram a guerra de '1589-1590' para o norte e contra as tribos dessas regiões, que o digam os Japaratubas, Pirambus, Orumarus e tantos outros. Massacres e conflitos de norte a sul de litoral a sertões inexplorados. Por terra e mar não houve trégua. Os 10 anos dessa guerra é bem lembrada pelos clãs como um momento sem igual de oportunidades e saques para aqueles selvagens e resistentes que sobreviveram para desfrutá-los.

[História] O inicio: A construção do Estado Vampírico.

A construção do Estado Vampírico. (Protótipo iniciado em 25/06/2008 a.d. 2761 a.u.c.)

O inicio. A história.

Sergipe fora parte da colônia portuguesa, nominalmente desde o seu inicio. Antes dos portugueses atentarem-se a suas 'descobertas' no novo mundo e pensarem em termos de urgência de sua colonização, piratas, saqueadores a muito fizeram contatos com os povos nativos da região. De nota especial os franceses e outros saqueadores a eles relacionados. Não se sabe o quão intenso fora essa relação.
Com os primeiros embates acontecendo entre portugueses e franceses, talvez com seu agravamento pelos 1530-1540, o governo português tomou algumas atitudes. Sem duvidas. Já que o resultados dessas atitudes levaram aos atos da ação de El Rey de Portugal em 1548 ad, atitude de comprar o território Sergipano da Capitania da Bahia. Medida enérgica ou não, o que levou a uma atenção particular, como resultado a denominação de Capitania Real, Sergipe Del' Rey, tenha sido este o nome inicial dessas terras. Talvez o nome verdadeiro tenha sido costa dos piratas, não a como saber. Há até hoje uma praia com um nome suspeito, ‘Caueira’, talvez alguém tenha feito a troca na surdina, ou talvez quem sabe.
Frente as ações desses personas do mundo dos humanos, temos os primeiros indícios da lembrança coletiva da família, com a chegada dos membros errantes e erráticos, tanto de passagem para outros lugares, tanto para um reconhecimento ou exploração rápida. Mas somente 30 anos depois dos atos de El Rey de 1548, pelos idos de 1575 talvez, é que se tem noticia de um estabelecimento de fato da família em Sergipe del'Rey, a Capitania Real.
Talvez pelos acontecimentos emblemáticos a partir desse ano, o tenha fixado na memória da família pela relação com a história humana. Não se sabe como se deu de fato este estabelecimento.
Os humanos enfrentavam o inicio das guerras religiosas, por cá a partir de 1575ad, as forças militares do jesuítas para dizer o mínimo, se instalaram e construíram seus fortins, as três "Igrejas" situadas estrategicamente em três rios: A Igreja de São Tomé no rio piauí; A Igreja de Santo Inácio no rio Vaza-Barris; A Igreja de São Paulo no rio Real.
Claro que há pelo menos duas versões da história, a dos pacíficos jesuítas e sua fé e a dos povos nativos que viram a invasão. Começou-se assim o grande embate, 'rebelião dos índios hostis contra a verdade da Igreja'. E a guerra começou, os índios a venceram e as 'Igrejas' viraram grandes colunas de fumaças. Mas era o inicio de outro massacre porvir.
Claro que há uma teoria conspiratória, a terceira historia, a dos Franceses que estimularam a ira dos índios. Não se sabe o que acontece, exceto pela historia oficial.
Os portugueses "enfurecidos", logo mandaram sua força expedicionária organizada pelo Governador do Norte da Colônia Luís de Britto, que debelou os focos de índios hostis e deu por fim a rebelião. Talvez o correto seja massacre.
Os clãs registram seus primeiros membros que recorreram à conquista.
Natanael Portis Negrão, do Clã Ventrue e sua "feitoria" e associação com os franceses no norte do Cotinguiba, futuro rio Sergipe, terras estás que veriam ainda muitas mudanças.
Um precursor do Clã Gangrel, que foi destruído na 'rebelião indígena'. Possivelmente Gangrel. O que leva os Lancea Sanctum estimarem essa figura. Alguns o chamam de mártir Cristobam del Fenicio. Seu sucessor logo viria o substituir com as forças da expedição de 1589 ad. Uma nova guerra humana que levaria destruição novamente adentro da Capitania.
Os cinco mil homens e suas seis peças de artilharia do Capitão Cristovão de Barros fez guerra a 'três tribos', seus lideres Aperipê, Sirigy e Baepeba. Avançaram ao Rio Real e empreenderam o inicio do massacre, seu saldo foi de dois mil e quatrocentos mortos aos portugueses. Todavia, contando-se o número de cativos indígenas obtidos, quatro mil, se pode suspeitar de um massacre tremendamente maior dos indígenas nessas terras. Seguiu-se o massacre ao norte. 'Findando' a guerra de fundação em 1590ad. Com a fundação de São Cristovão, a primeira de fato, em território Sergipano, mas o fato de estar sob a União Ibérica a fazia alvo para os inimigos de Espanha.
Assim a primeira localização da vila portuguesa foi 'mudada' para território adentro.
Parece que assim os franceses perderam grande força que tinha, os aliados indígenas, restando assim os piratas ocasionais. Não fora o fim das adversidades.
Tão grande aos membros da família, que não restou muito a se fazer, exceto se esconder e se alimentar facilmente frente aos massacres.
Assim se deu a primeira grande leva de vampiros por dessas terras acompanhado ou se beneficiando da carnificina.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

[Introdução ao Cénario] Andando nas sombras

“Andando nas sombras, se escondendo sim, esquivando dos incautos perpetradores do perigo. Saindo de esconderijo a esconderijo. Que destino mo aguardava. A muito não tinha contato com os deles, isso muito me afligira a alma. Percorremos o caminho comum uma vez, mais os percalços do caminho fizeram que seguíssemos caminhos diversos. Que outrora sorrimos um ao outro com as devidas ressalvas e precauções. Nada mais constrangedor que ver seu interlocutor averiguando a consistência de suas vísceras com as próprias unhas. Já testemunhei um de seus atos, não me parecia apropriado qualquer espécie de iniciativa militar. Afinal não havia de ter razões. Acreditava piamente nessa premissa. Longos anos já tinham passados. O passado eram nuvens distantes, o quer que se avoluma o vento mantinha a distancia para maior suspense.
Cada passo se tornava úmido, nada me restava a não ser prosseguir. Nada mais que o esperado. Conjecturas e planos vis permeavam minha mente. Ao fim de tudo me considerava livre apesar do manto de perpetua melancolia. Jamais poderiam ameaçar essa liberdade que amealhei a mim mesmo. Com sacrifícios tais, com colocações e escolhas. Minhas considerações políticas sobre o estado verdadeiro das coisas. Mas o que viria a ser a verdade? O que poderia considerar como ponto monolítico. Já os tinha como certo, mas questionava-me, seriam estás as respostas ou premissas concretas ou mais próximas do certo? Para que um dia pudesse dizer como um jovem intrépido que estava certo, assim podendo vangloriar-se frente a possíveis e futuros camaradas. Não me atrevo a dizer iguais, afinal o que é isso numa desigualdade eterna, reservo-me o silencio da duvida e incerteza.”

[Introdução ao Cénario] Decrepitude e Privação

Decrepitude & Privação
Aqueles no Estado, principalmente em sua capital, percebem as linhas mestras que permeiam este sentimento.
Tudo, apesar de novo, adquire seus ares de decrepitude, talvez pelo envelhecimento precoce proporcionado pela maresia. Talvez mesmo pela falta de cuidados regulares e comuns ou mesmo uma manutenção mínima.
Assim revela-se a contragosto a antiguidade de seus povos, mesmo aqueles que chegaram há poucos dias, o cansaço e o marasmo da viagem se dispõem como um sentimento perpétuo.
Não adianta querer motivar as pessoas, elas olham com descrença e indulgencia, irritando ainda mais seu interlocutor.
Sentimento perpétuo desse estado de coisas, que leva ao sentimento de estar em privação do que era seu.
Morosa dor se exprai. Ao cair da noite, dores antigas reacendem em fogueiras e folguedos estranhos. Por um momento parece que a vida retorna, até que a sensação de segurança some e o ar frio da noite lhe açoita.
Cruze o Estado, noite ou dia, a sensação do desconhecido lhe permeia, talvez encontre um sotaque similar ao seu e lhe faça proveito a leve sensação de estar de novo inteirado de sua civilização.
As dores antigas a tudo permeiam.
As lembranças existem, em seus hábitos menores que o qual sua origem não é conhecida por cá. Antigas, arraigadas no inconsciente e assim mesmo desconhecidas.
Veja as praias banhadas pelo luar e suas dunas que um dia beberam sangue, tanto por terra tanto por mar. Sua degradação constante é uma lembrança constante do estado de deterioração.
Vague perdido pelos mangues e com o medo permanente em seu encalço de nunca mais voltar e não deixar vestígios. Na maré e na lama e a sombra verde que lhe ocultarão até o fim dos tempos.
Corra pelos coqueirais, fuja de seus algozes que a galope zombam de sua incredulidade.
Percorra de agreste ao sertão distante e pereça à balas ou a espinhos. Do mandacaru a palma o gosto amargo das cinzas.
Veja os morros e ditas serras e lembre-se de seus segredos em covas a muito esquecidas.
Siga por trilhas em matagais agrestes e depare-se com pequenos rios temporários que lhe levem para seu ultimo refugio e local de sua morte.
Veja os sítios históricos e marcas de guerras antigas, das convulsões e dores antigas que ainda estão no semblante de seus povos. Uma marca de sangue e sofrimento que ainda carregam em seu sofrido silêncio ancestral.
As ruínas das barrocas igrejas ou nos memoriais familiares, pois eles ainda existem, famílias que não se esquecem de passados tenebrosos em que eram senhores de escravos e do sangue que ainda querem derramar.
Veja que os velhos engenhos transformaram-se em latifúndios e usinas, a poucos donos como dantes, com muita exploração dos velhos modos de seus pais sesmeiros.
Não pare para ajudar o desabrigado, desprovido, famélico da seca, já que ele o ludibriará para levá-lo a morte certa.
Permita-se viver mais uma noite, mais um dia que seja, na sombria, decrépita e esquecida feições que lho permite: Shadows of Sergipe: Orbis Ciriji.